As organizações não governamentais de ambiente atribuíram na segunda e terça-feira o denominado “fóssil do dia” (que visa “premiar” a pior postura negocial na Conferência em Cancún), ao Canadá e ao Japão respectivamente.
Na segunda-feira, e em relação ao Canadá, refira-se que em Novembro o Senado Federal inviabilizou uma proposta progressista no domínio das alterações climáticas, sem sequer se ter preocupado em debatê-la. Por outro lado, o Governo conservador tenciona cortar o financiamento ao principal programa de apoio às energias renováveis bem como à fundação canadiana sobre ciência climática. Por último reduziu o seu objectivo de redução ainda mais do que o apresentado em Copenhaga, e o seu actual Ministro do Ambiente, agora e em Bali, é conhecido por pôr em causa as bases da ciência no que respeita às alterações climáticas.
Quanto a ontem, terça-feira, o Japão foi escolhido por, numa altura em que se pretende que haja liderança, o país berço do Protocolo de Quioto fez uma declaração destrutiva em Plenário. Factualmente, o Japão rejeitou um segundo período de cumprimento do Protocolo de Quioto, afirmando que “o Japão não subscreverá a sua meta através do Protocolo de Quioto sob quaisquer condições e em quaisquer circunstâncias”. Preferir um único Tratado é uma coisa; mas agressivamente negar o futuro de Quioto na abertura do Plenário é outra. A postura irritou muitos dos outros países e criou uma atmosfera pouco construtiva para as negociações. Esta Conferência é supostamente para reconstruir a confiança entre os países – a atitude do Japão foi assim muito mal vinda.