A cerca de 48 horas do final da conferência do clima, as notícias continuam a não ser boas. O Japão insiste em não aceitar um segundo período de compromisso do Protocolo de Quioto onde novas metas seriam fixadas para os países aderentes para 2020. Ao mesmo tempo, em várias frentes, os EUA têm bloqueado ou atrasado várias matérias, principalmente no que respeita à adaptação e financiamento.
A única boa notícia vem dos Estados Pequenas Ilhas (AOSIS) que em princípio terão conseguido voltar a introduzir num dos novos textos disponíveis desde esta manhã de quarta-feira, a possibilidade de se contemplar um esforço para que o aumento máximo da temperatura devido às alterações climáticas seja de 1,5 ºC e não de 2 ºC face às novas evidências científicas. Não será uma opção facilmente aceitável pelos restantes países, mas depois de ter desaparecido do texto negocial, esta é uma pequena vitória.
No entretanto, o episódio de bloqueio que se passou à um ano em Copenhaga pode aqui voltar a ter lugar com a Bolívia a fazer essa ameaça se não houver acordo relativamente à continuação de Quioto com um segundo período de compromisso finalizado desde já, o que se sabe ser politicamente impossível (é desejável fazê-lo, mas prometendo-se concretizar essa intenção em Durban, na África do Sul, dentro de um ano).
A União Europeia, cuja acção mediadora é louvável, apresenta uma grande fragilidade interna e uma ambição bem limitada. O México, como país que preside à Conferência, tenta agora discussões informais em pequenos grupos. Mas o tempo já se começa a esgotar…