A sociedade civil mexicana, ou pelo menos parte dela, ficou de fora da COP. Nos espaços da Cancunmesse e no hotel Moon Palace só é possível entrar depois de credenciado e da vistoria de segurança, que curiosamente é feita não por polícias mas por jovens mexicanos.
A alternativa são as ruas da cidade de Cancún e parte da estrada até à zona do aeroporto. Tudo o resto, da cidade até à zona hoteleira, e do aeroporto até aos dois locais da COP está interdito a protestos. Para o garantir, o Governo mexicano tem em curso uma mega operação de segurança que envolve meios locais, a Polícia Federal e o exército.
Além das barreiras policiais a cada dezena de quilómetros, há pontos estratégicos com segurança reforçada. Entre a Vila das Alterações Climáticas e a Cancunmesse, por exemplo, há um posto de controlo permanente com militares em jipes equipados com metralhadoras pesadas, dezenas de polícias de choque e alguns blindados discretamente escondidos sob lonas brancas e amarelas numa segunda linha.
No Moon Palace a segurança é partilhada com a polícia das Nações Unidas. Aqui já ocorreram protestos, mas só de ambientalistas devidamente credenciados com os seus passes amarelos, como os índios do Canadá que se manifestaram contra os efeitos da exploração de combustíveis fósseis naquele país, nomeadamente das areias betuminosas da província de Alberta, ou os jovens da 'Time For Climate Justice', que pedem que o novo fundo climático seja gerido pena ONU.
No Cancunmesse também são realizadas iniciativas que valem mais pelo simbolismo e mediatismo do que pelo efeito directo sobre os delegados. O único protesto que consegue passar todas as barreiras e manter-se ao longo da cimeira é o outdoor do Greenpeace contra a exploração de petróleo no Golfo do México, mensagem colocada estrategicamente na estrada entre a Cancunmesse e o hotel onde decorre a COP16.